Sul-africana morta por namorado estrangeiro em Curitiba relatou agressões dele nos EUA nove meses antes do assassinato
28/07/2025
(Foto: Reprodução) Anne Leigh McKenzie publicou foto e relato sobre agressão na internet
Reprodução/Redes Sociais - Reprodução/gofundme
Anne Leigh McKenzie, jovem de 27 anos natural da África do Sul que, segundo a Polícia Civil do Paraná (PC-PR), foi morta pelo namorado estrangeiro no dia 19 de julho em Curitiba, relatou ter sido agredida por ele nos Estados Unidos quase nove meses antes do crime.
A vítima falou sobre o crime na internet, em um site de arrecadação de fundos em que ela pedia ajuda para um tratamento médico. No texto, Anne afirmou que, no fim de outubro de 2024, foi agredida, torturada e mantida em cárcere privado.
A mãe da jovem não quis conceder entrevista sobre o caso, mas confirmou ao g1 que o relato feito por Anne era referente ao norte-americano Ian Alexander Bruder Hay, de 30 anos, suspeito de ter matado ela na capital paranaense. Após o crime, segundo a investigação, ele tirou a própria vida. Veja detalhes mais abaixo.
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Os corpos de Anne e Ian foram encontrados em um apartamento de luxo no Centro de Curitiba após uma criança que mora no apartamento de baixo perceber sangue escorrendo pela parede.
As investigações apontam que Anne chegou ao Brasil na sexta-feira (18) e, no sábado (19), foi morta a tiros por Ian. O triplex em que o casal estava havia sido alugado por dois meses. A polícia ainda não esclareceu o que motivou o crime, nem as circunstâncias da vinda de Anne ao Brasil.
Estrangeira encontrada morta Curitiba chegou ao Brasil um dia antes do crime, diz polícia
Entenda o caso:
Casal foi encontrado após criança ver sangue sangue escorrendo pela parede
Vítimas eram naturais dos EUA e África do Sul
Sangue que revelou morte de casal sujou quarto no apartamento de baixo
Sul-africana chegou ao Brasil um dia antes do crime
Veja o que se sabe e o que falta esclarecer
Norte-americano chegou a ser preso antes de vir ao Brasil
O g1 teve acesso a documentos da Justiça do Texas, estado dos EUA, que falam sobre a prisão de Ian Alexander Bruder Hay.
O homem foi detido em 4 de novembro após uma testemunha relatar a suspeita de que ele agrediu Anne, além de "impedir a respiração normal e a circulação sanguínea da vítima, aplicando pressão na garganta e no pescoço dela".
Inicialmente, foi determinado que ele seria solto se pagasse fiança e cumprisse uma série de medidas cautelares. Entre elas, estava o uso de tornozeleira eletrônica, prisão domiciliar e entrega de passaporte e outros documentos.
No entanto, uma reportagem da emissora televisiva KPRC 2 afirma que, no final do mês, outro juiz decidiu conceder liberdade a Ian sem a necessidade do cumprimento de todas as medidas cautelares. Pouco tempo depois, ele viajou para o Brasil, onde também tinha nacionalidade.
Norte-americano Ian Alexander Bruder Hay tinha 30 anos
Reprodução
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Histórico de agressão
Nos documentos relativos à prisão de Ian nos EUA, consta a informação que, em 2017, ele foi condenado pelo crime de agressão, agravada pelo uso de arma letal. Não há detalhes sobre quem foi a vítima ou qual o motivo do crime.
No relato feito na internet, ainda nos EUA, Anne Leigh McKenzie afirmou que foi "agredida, mantida em cativeiro e ameaçada de morte" pelo companheiro desde o dia 31 de outubro de 2024.
"Ele me agarrou por trás e me puxou. Fui puxada com tanta força que caí e bati a cabeça, o ombro e as costas no chão. Sofri três fraturas na coluna e um corte na têmpora direita. Mas não parou por aí. Ele continuou me torturando por mais algumas horas. Achei que não sairia viva dali. Ele me disse várias vezes que não teria escolha a não ser tirar minha vida, pois sabia que iria para a cadeia se eu conseguisse fugir e chamar a polícia", escreveu a jovem.
Ela também afirmou que conseguiu fugir do apartamento no dia 2 de novembro e ficou internada por 24 horas. A prisão de Ian aconteceu um dia depois.
Investigação sobre o crime no Brasil
Crime foi descoberto após sague de Anne e Ian infiltrar para o apartamento de baixo
Reprodução/RPC
A delegada Magda Hofstaetter é a responsável pela investigação sobre as mortes dos estrangeiros no Brasil.
Segundo ela, os celulares das vítimas foram apreendidos e encaminhados para perícia. Ela afirmou também que conversou com a mãe de Anne, que contou ter conhecido Ian em 2024.
"A mãe dela relatou que ela conheceu ele [Ian] ano passado nos Estados Unidos, quando ela foi lá pra visitar um ex-namorado e acabou conhecendo ele nessa ocasião. Ela não deu mais detalhes do relacionamento entre eles, até porque ela disse que só conversava com esse menino através de videochamada", disse a delegada.
No imóvel, a polícia apreendeu uma pistola 9 milímetros importada e sem numeração, além de grande quantidade de munição — incluindo um carregador em formato de caracol, com capacidade para 50 disparos —, drogas, seringas, seis celulares, relógios, joias e alongadores de carregadores.
Sangue escorreu de um apartamento para o outro
PCPR
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