Congresso americano aprova divulgação dos arquivos sobre o escândalo sexual de Jeffrey Epstein
Congresso americano aprova divulgação de arquivos do caso Epstein
O Congresso dos Estados Unidos aprovou nesta terça-feira (18) a divulgação dos arquivos sobre a rede de exploração sexual de menores do empresário Jeffrey Epstein.
Hoje, algumas delas são mulheres determinadas e fortes.
"Quero que todos olhem essa foto. Estamos lutando pelas crianças que foram abandonadas e deixadas para trás. É por elas esta luta”.
Décadas atrás, quando foram apresentadas a Jeffrey Epstein, elas eram meninas, em muitos casos financeiramente e emocionalmente vulneráveis. Este é um dos maiores escândalos de pedofilia e tráfico humano dos Estados Unidos.
Jeffrey Epstein tinha conexões com empresários milionários, artistas e políticos influentes. Entre 2002 e 2005, foi acusado de aliciar centenas de menores de idade para encontros sexuais em suas mansões. Ele tinha uma ilha no Caribe, uma fazenda no Novo México, uma casa na Flórida e uma mansão no Upper East Side, em Manhattan, avaliada em mais de US$ 70 milhões.
Em 2008, Epstein firmou um acordo com a Justiça da Flórida ao se declarar culpado de aliciar uma menor para prostituição. Mas ficou poucos meses preso. Em 2019, voltou a ser preso por tráfico sexual. Epstein foi encontrado morto na cela dias depois.
Durante a campanha eleitoral de 2024, Donald Trump prometeu retirar o sigilo da investigação, que poderia incluir uma lista de antigos clientes e pessoas que sabiam do esquema. Depois da posse, nada aconteceu. Trump repetiu o governo de seu antecessor e adversário, o democrata de Joe Biden, que também não atuou para para retirar o sigilo.
O partido do presidente, que tem a maioria na Câmara dos Deputados, vinha evitando a votação de uma lei para publicar os arquivos. Agora os documentos estão vindo à torna.
Na quarta-feira, deputados do Partido Democrata divulgaram 3 e-mails de Jeffrey Epstein que sugerem que Donald Trump sabia mais sobre a conduta do magnata do que disse até agora.
Depois disso, republicanos liberaram mais de 20 mil páginas de documentos sobre o caso. Neles, havia trocas de e-mails entre Epstein e Larry Summers, ex-secretário do tesouro do democrata Bill Clinton. Ontem, Summers anunciou que estava envergonhado e que estava deixando a vida pública depois das revelações.
E no domingo, então, Trump acabou pedindo que os deputados republicanos votassem a favor da divulgação dos documentos.
A medida foi aprovada nesta terça-feira (18) com 427 votos a favor e apenas um contrário na Câmara. Horas depois, o Senado também aprovou o projeto, por unanimidade. Agora, ele segue para a assinatura do presidente.
Trump e Epstein conviveram nos anos 1980 e 1990. Trump sempre disse que as acusações de que teme a divulgação dos arquivos são uma farsa da oposição. Nesta terça-feira (18), voltou a dizer que não tem nada a ver com Jeffrey Epstein.
Vítimas do pedófilo disseram nesta terça-feira (18) que a divulgação dos documentos sobre Epstein não é uma batalha política.
"Abuso sexual não é uma questão do Partido Republicano ou do Democrata. Também não é uma farsa”, disse Jena-Lisa Jones.
Brasileira Marina Lacerda falou pela primeira vez publicamente em setembro de 2025 sobre os abusos que sofreu aos 14 anos. Marina contou ao Jornal Nacional que a transparência sobre o caso é fundamental para que as vítimas consigam virar a página deste trauma:
"Estamos brigando essa luta já faz muito tempo”.
LEIA TAMBÉM
Trump diz que deputados republicanos devem votar pela abertura dos arquivos do caso Epstein: 'Nada a esconder'
Trump chama de 'fracos e tolos' deputados de seu próprio partido que pedem abertura dos arquivos de EpsteinFONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/11/18/congresso-americano-aprova-divulgacao-dos-arquivos-sobre-o-escandalo-sexual-de-jeffrey-epstein.ghtml
