EUA vão estabelecer presença militar em Damasco, diz agência

  • 06/11/2025
(Foto: Reprodução)
Vista da sala de controle de aeroporto militar em Mezzeh, nos subúrbios da capital síria Damasco. Foto de janeiro de 2025. REUTERS/Feras Dalatey/File Photo Os Estados Unidos estão se preparando para estabelecer presença militar em uma base aérea em Damasco, capital da Síria, revelou a agência de notícias Reuters nesta quinta-feira (6). A presença americana na cidade tem como objetivo ajudar a viabilizar um pacto de segurança entre Síria e Israel que o governo Trump está intermediando entre os dois países, segundo seis fontes com conhecimento do assunto ouvidas pela agência. ✅ Siga o canal de notícias internacionais do g1 no WhatsApp A base está localizada na entrada de áreas do sul da Síria que devem compor uma zona desmilitarizada como parte de um pacto de não agressão entre Israel e Síria. O acordo está sendo mediado pelo governo Trump. (Leia mais abaixo) O movimento ocorre pouco menos de um ano após queda do regime Assad e em meio a um aumento da influência dos EUA sobre o governo sírio. O presidente americano, Donald Trump, vai receber o presidente sírio, Ahmed al-Shaara, na Casa Branca na próxima segunda-feira (10). Os planos do governo Trump para a presença na capital síria, que ainda não haviam sido divulgados de forma oficial até a última atualização desta reportagem, seriam um sinal do realinhamento estratégico da Síria com os EUA após a queda do regime de Bashar al-Assad, aliado do Irã e da Rússia, no ano passado. Al-Shaara era o líder do grupo rebelde HTS que liderou a ofensiva-relâmpago que levou à queda de Assad, em dezembro de 2024, e formou um novo governo. Desde então, o Ocidente buscou aumentar sua influência na Síria, e o governo de al-Shaara abriu diálogos com os europeus e os EUA —os americanos têm obtido mais sucesso até o momento. Diversos países aplicam há anos sua influência, de forma indireta e direta, na Síria e protagonizam uma disputa geopolítica no país. A Rússia, por exemplo, maior aliada do regime Assad, ainda opera duas bases militares no país, a base naval de Tartus, na costa do Mar Mediterrâneo, e a base aérea de Hmeimim, próxima à cidade de Latakia, ambas no noroeste sírio. Veja os vídeos que estão em alta no g1 Reunião de Trump e al-Shaara na segunda-feira Trump se encontrará com o presidente sírio Ahmed al-Sharaa na Casa Branca na segunda-feira (10) — a primeira visita de um chefe de Estado sírio. A Reuters conversou com seis fontes familiarizadas com os preparativos na base, incluindo dois funcionários ocidentais e um oficial de defesa sírio, que confirmaram que os EUA planejam usar a base para ajudar a monitorar um possível acordo entre Israel e Síria. Os governos americano e sírio não se manifestaram publicamente sobre o assunto até a última atualização desta reportagem, nem responderam aos pedidos de comentário feitos pela Reuters. Um funcionário do governo norte-americano disse que os EUA estão “avaliando constantemente sua postura necessária na Síria para combater efetivamente i Estado Islâmico” e que “não comentam sobre locais ou possíveis locais de operação das forças”. O funcionário pediu que o nome e a localização da base fossem omitidos por razões de segurança operacional. A Reuters concordou em não revelar o local exato. Um oficial militar ocidental disse que o Pentágono acelerou seus planos nos últimos dois meses, realizando várias missões de reconhecimento à base. Essas missões concluíram que a longa pista de pouso estava pronta para uso imediato. Dois militares sírios afirmaram que as conversas técnicas se concentraram no uso da base pelos americanos para operações logísticas, de vigilância, reabastecimento e humanitárias, enquanto a Síria manteria soberania total sobre a instalação. Um oficial de defesa sírio disse que os EUA enviaram aeronaves de transporte militar C-130 à base para garantir que a pista fosse utilizável. Um segurança em uma das entradas da base disse à Reuters que aviões americanos estavam pousando ali como parte de “testes”. Ainda não se sabe quando militares dos EUA começarão a chegar na base síria. Presença conjunta sírio-americana Os novos planos dos EUA parecem refletir duas outras presenças militares americanas recentes na região voltadas a monitorar acordos de cessar-fogo: uma no Líbano, que observa de perto o cessar-fogo firmado no ano passado entre Israel e o grupo rebelde Hezbollah; e outra em Israel, que monitora a trégua da era Trump entre Israel o e grupo terrorista palestino Hamas. Os EUA já têm tropas estacionadas no nordeste da Síria, como parte de um esforço de uma década para ajudar forças lideradas por curdos a combater o Estado Islâmico. Em abril, o Pentágono anunciou que reduziria o número de soldados na região pela metade, para mil. Sharaa afirmou que qualquer presença de tropas americanas deve ser acordada com o novo Estado sírio. Segundo autoridades sírias e norte-americanas, a Síria deve aderir em breve à coalizão global liderada pelos EUA contra o ISIS. Uma pessoa familiarizada com as negociações sobre a base disse que o movimento foi discutido durante uma viagem do almirante Brad Cooper, comandante do Comando Central dos EUA (CENTCOM), a Damasco em 12 de setembro. Um comunicado do CENTCOM na época dizia que Cooper e o enviado americano à Síria, Thomas Barrack, haviam se reunido com Sharaa e o agradeceram por contribuir na luta contra o Estado Islâmico na Síria — o que, segundo o texto, poderia ajudar a concretizar a “visão de Trump de um Oriente Médio próspero e de uma Síria estável e em paz consigo mesma e com seus vizinhos”. O comunicado não mencionava Israel. Os EUA vêm trabalhando há meses para alcançar um pacto de segurança entre Israel e Síria, dois inimigos históricos. Washington esperava anunciar o acordo durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, mas as negociações enfrentaram um impasse de última hora. Uma fonte síria familiarizada com as negociações disse à Reuters que Washington está pressionando a Síria para que o acordo seja concluído até o fim do ano — e possivelmente antes da viagem de Sharaa a Washington.

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/11/06/eua-presenca-militar-damasco-diz-agencia.ghtml


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