Pavimentação, calçadas com obstáculos e falta de bueiros são destaque em favelas e comunidades do PI, diz IBGE
05/12/2025
(Foto: Reprodução) Grotão da Vila da Paz, Zona Sul de Teresina
Lívia Ferreira/g1
O IBGE divulgou nesta sexta-feira (5) dados sobre infraestrutura em favelas e comunidades do Piauí. O levantamento mostra problemas como falta de bueiros, calçadas com obstáculos e pavimentação irregular.
As informações são da Pesquisa Urbanística do Entorno dos Domicílios, feita pelo Censo Demográfico 2022.
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O IBGE afirma que os dados ajudam no planejamento urbano, na criação e monitoramento de políticas públicas e no desenvolvimento sustentável. Também servem para decisões baseadas em evidências em todos os níveis de governo.
Favelas e comunidades urbanas surgem como alternativa da população para garantir moradia e atividades como comércio, serviços e lazer, diante da falta de políticas públicas e investimentos privados.
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Essas áreas apresentam insegurança na posse dos imóveis e pelo menos uma das seguintes características:
Falta ou precariedade de serviços públicos;
Construções e infraestrutura feitas pela própria população, fora dos padrões oficiais;
Localização em áreas de risco ou com restrição legal para ocupação.
Calçadas em favelas e comunidades do PI
Em 2022, 83,9% dos moradores de favelas no Piauí viviam em ruas com calçadas, maior índice do país. Fora dessas áreas, o percentual foi de 93,28%, diferença de 9,38 pontos.
O IBGE destacou que calçadas garantem segurança e conforto aos pedestres, além de promover acessibilidade e qualidade de vida.
No Brasil, a média foi de 53,53% para moradores de favelas, contra 89,13% fora dessas áreas — diferença de 35,6 pontos.
Os maiores índices foram registrados no Piauí (83,9%), Sergipe (83,24%), Maranhão (76,15%) e Rio Grande do Norte (73,86%).
Os menores ficaram com Roraima (16,81%), Mato Grosso do Sul (17,35%) e Amapá (19,36%).
Obstáculos em calçadas
Em 2022, 82,5% dos moradores de favelas no Piauí viviam em ruas com calçadas cheias de obstáculos, maior índice do país. Fora dessas áreas, o percentual foi de 86,1%, diferença de 3,6 pontos.
Postes, árvores, buracos e desníveis dificultam a passagem e aumentam o risco de acidentes, principalmente para idosos, pessoas com mobilidade reduzida, gestantes e crianças.
No Brasil, a média foi de 49,77% para moradores de favelas, contra 66,81% fora dessas áreas — diferença de 17,04 pontos.
Os maiores índices foram registrados no Piauí (82,5%), Sergipe (79,9%) e Maranhão (73,77%).
Os menores ficaram com Roraima (8,88%), Mato Grosso do Sul (15,92%) e Amapá (17,32%).
Falta de bueiros
Em 2022, apenas 13,45% dos moradores de favelas no Piauí viviam em ruas com bueiros ou bocas de lobo, terceiro menor índice do país. Fora dessas áreas, o percentual foi de 18,73%, diferença de 5,28 pontos.
Bueiros são essenciais para evitar alagamentos, danos à infraestrutura e proliferação de mosquitos e doenças.
No Brasil, a média foi de 45,07% para moradores de favelas, contra 61,66% fora dessas áreas — diferença de 16,59 pontos.
Os maiores índices foram registrados em Sergipe (62,55%), Santa Catarina (61,48%) e Espírito Santo (59,08%).
Os menores ficaram com Mato Grosso do Sul (5,95%), Amapá (12,55%) e Piauí (13,45%).
Vias pavimentadas
Em 2022, 88,44% dos moradores de favelas no Piauí viviam em ruas pavimentadas, segundo maior índice do país. Fora dessas áreas, o percentual foi de 95,48%, diferença de 7,04 pontos.
A pesquisa considera pavimentadas as vias cobertas por asfalto, cimento, paralelepípedos ou calçamento poliédrico.
No Brasil, a média foi de 77,8% para moradores de favelas, contra 91,58% fora dessas áreas — diferença de 13,78 pontos.
Os maiores índices foram registrados na Bahia (91,86%), Piauí (88,44%) e Amazonas (87,77%).
Os menores ficaram com Mato Grosso do Sul (14,48%), Roraima (21,71%) e Tocantins (42,22%).
Vias com capacidade para tráfego de ônibus e caminhões
Em 2022, 90,71% dos moradores de favelas no Piauí viviam em ruas com capacidade para ônibus e caminhões, segundo maior índice do país. Fora dessas áreas, o percentual foi de 96,55%, diferença de 5,84 pontos.
Vias que suportam veículos grandes garantem acesso a serviços como coleta de lixo, ambulâncias e bombeiros, além de melhorar mobilidade e segurança.
No Brasil, a média foi de 61,6% para moradores de favelas, contra 93,13% fora dessas áreas — diferença de 31,53 pontos.
Os maiores índices foram registrados em Tocantins (90,83%), Piauí (90,71%) e Rondônia (89,07%).
Os menores ficaram com Amapá (37,9%), Bahia (44,73%) e Rio de Janeiro (45,08%).
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