Processo que cassou mandato de prefeito em Narandiba cita que eleitoras foram abordadas dentro de igreja para compra de votos em eleições de 2024
01/12/2025
(Foto: Reprodução) Vice-prefeita eleita Joana Ribas (MDB) e Danillo Carvalho (Republicamos)
Cedida
Informações do acórdão do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) revelam que, entre os boletins de ocorrência registrados sobre compra de votos nas eleições municipais de 2024 em Narandiba (SP), duas moradoras relataram ter sido abordadas dentro de uma igreja evangélica. Os relatos fazem parte do processo que resultou na cassação do prefeito Danillo Carvalho dos Santos (Republicanos).
Em decisão divulgada no dia 14 de novembro, o TRE-SP decidiu, por unanimidade, manter a cassação do diploma do prefeito por captação ilícita de votos, prática ilegal conhecida como compra de votos. Além da perda do mandato, Danillo foi condenado ao pagamento de multa de R$ 5 mil.
📲 Participe do canal do g1 Presidente Prudente e Região no WhatsApp
O prefeito quase foi afastado oficialmente do cargo na semana passada, após a zona eleitoral de Pirapozinho publicar, na terça-feira (25), um edital que notificava a Câmara Municipal de Narandiba sobre a decisão do TRE.
Entretanto, Danillo entrou com um recurso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que na quinta-feira (27) aceitou o pedido para suspender a execução do acórdão regional até o julgamento dos embargos de declaração ou o esgotamento do prazo recursal.
Neste sentido, Danillo segue atuando no cargo de prefeito até o final da investigação pelo TRE.
Veja os vídeos que estão em alta no g1
Suspeita de compra de votos
Segundo o histórico do B.O. citado no acordão e registrado em 14 de outubro pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP), as duas moradoras informaram que no dia da eleição, em 2024, elas passaram próximo de uma igreja ao lado de uma escola, onde foram abordadas por um pastor evangélico que ofereceu água.
As moradoras entraram na igreja e, enquanto estavam perto do bebedouro, foram abordadas por um homem que teria oferecido R$ 400 para cada uma se votassem no então candidato à prefeitura, Danillo Carvalho dos Santos (Republicanos).
Ainda conforme o acordão e registro, as eleitoras trocaram contatos de telefone com o homem, que efetuou o pagamento do valor em Pix um dia após as eleições, em 7 de outubro de 2024.
Em outro boletim de ocorrência, um morador negou ter trabalhado em qualquer campanha eleitoral e informou que recebeu o candidato em casa, acompanhado do mesmo homem que abordou as eleitoras anteriores.
Conforme o acórdão, o candidato perguntou a quantidade de pessoas na família e lhe pediu voto. Tirou uma foto com a família, utilizada em na campanha sem autorização, segundo o homem; e, após deixar o local, enviou material de construção (areia, cimento, pedra, etc.) em troca de votos.
Prefeitura de Narandiba (SP)
Cedida
Um caso parecido ocorreu com outro morador, informando que o homem foi até a casa dele e ofereceu R$ 800 pelos votos e garantiu que se Danillo ganhasse pagaria mais R$ 500. O valor foi pago via Pix.
Além disso, o homem teria oferecidos dois cargos na prefeitura, um para si e outro para sua esposa, expressamente vinculados a pedido de voto. Ele negou que a proposta tenha influenciado o voto.
Enquanto uma moradora disse que o mesmo homem também foi na casa dela e teria oferecido R$ 1,3 mil pelo voto ao prefeito. Ela informou no boletim de ocorrência que recebeu R$ 800 no ato e que receberia R$ 500 se Danillo ganhasse.
Ela informou que soube que várias pessoas denunciaram o candidato. Não denunciou antes porque precisava do dinheiro. Quem fez a oferta foi o homem, afirmando que os candidatos não estavam com ele. Não recebeu a “segunda parte” do valor combinado, em troca do voto, posteriormente.
Veja mais notícias no g1 Presidente Prudente e Região
VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM
